
A conclusão das obras de instalação de um cabo submarino transatlântico, em 2016, que vai ligar o país ao continente sul-americano, permite a Angola aceder com qualidade e de forma rápida à banda larga e voz.
O anúncio foi feito pelo presidente da comissão executiva da Angola Cables, no Fórum Angolano de Telecomunicações e Tecnologias da Informação, em Luanda.
A instalação do cabo submarino começa este ano e as obras têm a duração de 18 meses. Vamos investir 300 milhões de dólares para melhorar as ligações em Angola, declarou António Nunes, acrescentando que o projecto vai beneficiar a indústria petrolífera com melhorias nas comunicações entre os operadores.
O objectivo, referiu, consiste em elevar Angola a uma posição privilegiada, uma vez que a optimização dos cabos existentes vai permitir aceder com qualidade aos grandes provedores de Internet e ter altas velocidades de acesso às redes nos mercados internacionais.
Hamdoun Touré, antigo presidente da União Internacional de Telecomunicações, considerou positivo o empenho de Angola no desenvolvimento das telecomunicações para se inserir no Índice Global das Tecnologias de Informação. Touré considera injusta a posição de Angola (17º lugar) no ranking de desenvolvimento das tecnologias de informação, porque muitos países líderes estão parados em termos de crescimento do sector. Para potenciar o continente africano no acesso às tecnologias, são necessários mais investimentos para acelerar as ligações, salientou, sublinhando que em muitos países africanos o sector das telecomunicações não cresceu. Por isso, estão isolados do mundo. Hamdoun Touré salientou que Angola está no bom caminho, pelo empenho dos governantes em acompanhar o desenvolvimento das novas tecnologias. A estratégia de Angola de actualizar o livro branco das tecnologias de informação e comunicação num prazo de três anos constitui uma ferramenta poderosa para desenvolver o sistema de telecomunicações, acentuou.
O conselheiro da Delta Partners, Boris Nemsic, que abordou o tema O Mundo das Telecomunicações, considerou importante uma maior integração entre os países africanos a nível das comunicações, para consolidar e tornar mais rápido o sistema de banda larga.
O especialista considera crucial aos operadores nacionais de comunicações apostarem no acesso à rede de dados nas zonas rurais, para interligar o país. Independentemente da localidade, Angola reúne condições para alcançar níveis eficientes de qualidade nas conexões através da adopção de uma regulação eficiente, disse.
Para Boris Nemsic, a economia digital existe com operadores fortes e criativos que investem em novas infra-estruturas.
Fonte: Jornal de Angola | Edição de 13 de Março de 2015