Fonte: Diario do Nordeste
Data: 08/07/2020
Com 15% da capacidade utilizada, o CEO da Angola Cables, António Nunes, celebra os resultados, mas admite que esperava maior ritmo de venda. Com pandemia, segmento residencial passou a ser tão importante quanto o corporativo.
Conexão ampliada
inaugurado em abril do ano passado, o AngoNAP Fortale- za – data center da Angola Ca- bles na Capital cearense – completou um ano de opera- ção com 15% da capacidade uti- lizada. Apesar de considerar sa- tisfatória, CEO da empresa, António Nunes, revela que companhia busca fazer com que empresas acelerem a mi- gração de “data centers pró- prios” de empresas para equi- pamentos como o AngoNAP. Segundo Nunes, o data cen- ter já possui um número consi- derável de clientes do Ceará e de outros estados do Nordeste, mas ele admite que esperava uma resposta um pouco me-
lhor do mercado. “A análise desse primeiro ano é positiva, embora não tanto quanto gos- taríamos. As empresas estão se movimentando lentamen- te, migrando de data center privado que, na verdade, é um quartinho com ar condi- cionado, para instalarem seus equipamentos no próprio da- ta center da Angola Cables em Fortaleza. É uma migração len- ta, mas tem evoluído”, afirma.
Ele detalha que as negocia- ções da companhia se davam com muita interação pessoal, processo que ficou compro- metido com o avanço da pan- demia do novo coronavírus. “A situação foi esfriando, as
empresas se acomodando. Es- tamos voltando a falar com as pessoas por telefone e pela in- ternet”, ressalta.
Residencial
Nunes ainda pontua que hou- ve certa “mudança de paradig- ma de conectividade” duran- te a pandemia com o avanço da participação do segmento residencial. “Antes o corpora- tivo era muito importante, agora o residencial é tão im- portante quanto. O conjunto dessas demandas residenciais são atendidas por operadores que podem se acomodar no data center. O tráfego de da- dos no Brasil em redes da An-
gola Cables já cresceu seis ve- zes com a pandemia”.
Ele detalha que a empresa vende muita conectividade a seus clientes e que parte deles tinha outras fontes também. Diante da crescente demanda na pandemia e da qualidade do serviço prestado, os circui- tos da Angola Cables passarão a ser utilizados numa frequência maior. “Foi uma agradável surpresa e ficamos felizes de saber que nossas re- des foram capazes de supor- tar a demanda”, comenta.
Pecém
Sobre expansões da operação no Estado, Nunes aponta que o AngoNAP ainda tem muita capacidade a ser explorada e que atende à demanda exis- tente. “Nós temos interesse em uma ramificação do data center no Pecém, para aten- der às empresas instaladas lá, que é uma solicitação do Go- verno do Estado. Por conta da Covid-19, isso ficou um pouco parado, mas queremos prosse- guir”, aponta Nunes.
Questionado sobre o interes- se de outras empresas instala- rem data centers também no Ceará, ele argumenta que a ini- ciativa demonstra a decisão acertada da Angola Cables em investir nesta praça. “Outros players quererem replicar o que fizemos em primeira mão significa que nossa aposta foi acertada e que o mercado é su- ficientemente atrativo. Com- petitividade é sempre bem- vinda, mas claro que precisa- mos de pessoal mais treinado e mais ativo para manter nos- so nível operacional atrativo”, argumenta.
Ele ainda ressalta que a in- tenção é transformar o Ango- NAP não só num ponto de compra, mas também de ven- da de conteúdo digital, tendo em vista que a conectividade com diversas partes do mun- do através dos cabos submari- nos abre oportunidades no mercado internacional.